Simbolismo da Torah e o universo primordial - Parte III
Simbolismo da Torah e o universo primordial - Parte III
Estamos em um espaço formado simplesmente pela essência da “Mente”. O campo de batalha das energias “virtuais” que formam tudo que conhecemos. Na realidade o Divino espaço que contem tudo, principalmente, nossas mentes e consciências.
A água, como já mencionei, são os nossos conhecimentos. Aquilo que é gerado por nossas mentes e além delas e que também formam todas as realidades. Os nossos pensamentos podem formar barreiras que não podemos transpor. São convicções que muitas vezes nos impedem de seguir à frente, pois ao acreditarmos totalmente nelas, o desejo ou a intenção de transpô-las é obliterado pelos pensamentos residentes em nossas mentes.
O Rio Nilo na Torah, por exemplo, representa a cultura egípcia ou a cultura pragmática da materialidade ou anti espiritualidade e quando as parteiras do Egito, atiram os filhos dos Israelitas em suas águas, representa que tudo aquilo que fazemos nascer, criamos ou nossos desdobramentos (Representados por nossos filhos), caem nas mesmas ideias e pensamentos ligados à cultura egípcia correntes em nossas mentes, mantendo-nos na escravidão ao Faraó (Nossos egos), suscitando novas ideias e pensamentos perfeitamente de acordo com a cultura do pragmatismo, culto à materialidade e centrada na corporalidade. Estas são as águas do Nilo no qual os filhos de Israel são mortos.
O que é essa morte? É simplesmente o fato de ficarmos presos à corporalidade, sendo ocultas de nós as dimensões mais altas de nosso próprio ser, que só poderão ser atingidas, através de um perfeito domínio de nossos pensamentos, emoções e ações, que devem estar perfeitamente de acordo com os princípios da grande mente que nos sustenta. O Objetivo tem que ser em função da coletividade total ou de doação e outorgamento a todos os seres, ou seja, devemos amar a todos com o objetivo de nos unir mutuamente.
Este nível se chama de “Vida”. É a condição de alma viva (Nefesh Chaiá), sendo mencionada em muitas passagens da bíblia, inclusive no novo testamento por Yehoshua ben Yoseph (ou Yeshua) (Jesus).
“ שׁוּבִי נַפְשִׁי לִמְנוּחָיְכִי כִּי יְהֹוָה גָּמַל עָלָיְכִי: “
“ כִּי חִלַּצְתָּ | נַפְשִׁי מִמָּוֶת אֶת עֵינִי מִן דִּמְעָה אֶת רַגְלִי מִדֶּחִי: ”
“ אֶתְהַלֵּךְ לִפְנֵי יְהֹוָה בְּאַרְצוֹת הַחַיִּים: “
“Volte, Minha Alma, para o teu repouso, pois o Senhor a tem tratado generosamente”
“Porque tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas e meus pés da queda.
Andarei perante a face do senhor na terra dos viventes” Tehilim-Salmos 116:7 a 9.
No evangelho de Mateus, lemos o seguinte:
“E porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” , Mateus 7:14.
“Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo:
Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o Irmão de alguém, e deixasse a Mulher e não deixasse filhos, seu irmão
tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão.
Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou a mulher, e morreu sem deixar descendência;
E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro da mesma maneira.
E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher.
Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher.
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?
Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus.
E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó?
Ora, Deus não é de mortos, mas sim, é Deus de vivos. Por isso vós errais muito.” Marcos 12: de 18 a 27.
Podemos observar nestes três exemplos que nos salmos e nos evangelhos o tema é o mesmo, morte e ressurreição da alma e veja que Yehoshua (Jesus) foi um pouco além quando ele disse que “Nem se casarão nem se darão em casamento, pois serão iguais aos anjos do céu”. Evidentemente esta foi uma exposição para leigos e pessoas de baixo nível cultural, que não dava espaço para uma explicação mais “Técnica” e ampla do assunto. Vejam também que muitos sacerdotes (Principalmente estes que estava interpelando Yehoshua ) eram homens ignorantes das dimensões internas da bíblia, quando fazem uma “pegadinha” para Yehoshua , onde os elementos foram meramente físicos e ridículos, sem o menor traço de espiritualidade, como se a “ressurreição da morte” fosse um defunto levantar-se da sepultura. Algo inteiramente físico.
E note-se que Yehoshua os critica da ignorância, quando diz “Porventura não errais vós por não saberdes as escrituras nem o poder de Deus ?” demonstrando consequentemente o profundo conhecimento dele neste assunto e de sua total adesão ao Tanach (Bíblia Hebraica). Vejam também a menção das escrituras e a precisão da informação de Yehoshua, pois é exatamente lá (Em Ketuvim - Escrituras) que este assunto da ressurreição da morte é abordado. Vejam também que quando ele precisou falar sobre a Torah, foi preciso, referindo-se ao "livro de Moisés". Ele se referia ao inteiro "Tanach" de forma precisa, demonstrando profundo conhecimento dela.
O fato de ser mencionado no novo testamento de que os Saduceus não aceitavam a ressurreiçaõ, é devido a que nos tempos de Jesus os Saduceus não aceitavam a Torah oral. Já os Fariseus, sim. Da mesma forma que o Judaísmo rabínico compreende. A Torah completa com o seu conteudo oral. Esta época foi de corrupção da maioria dos sacerdotes do templo, que só se preocupavam em cobrar os impostos (Os dízimos) e que muitas vezes era cobrado sob vara. Eram muito gananciosos, riquíssimos e totalmente desprovidos de compaixão. Antítese dos objetivos da Torah. Eram extremamente falsos e cultuavam os costumes como se fossem deveres físicos.
Observe-se nos Salmos de David, que a ressurreição é na realidade, um retorno da alma à condição de habitar a terra dos viventes e de que todas as suas lágrimas serão enxugadas (Não existirá mais o mal para ela). Está claríssimo e pode-se estender isso para a condição de ressurreição no terceiro dia dos Filhos de Adam” como já exposto anteriormente.
Veja-se que também Mosheh (Moisés), vem dos nossos conhecimentos (Mesmo sendo fruto deles) quando o seu próprio nome em hebraico (Moshe) significa “Vindo das águas” , porém, o nome “Moisés” é uma versão Egípcia do seu nome, significando (Filho do Deus), pois Ra-Me-Ses o nome do Faraó do Egito significa “Filho do Deus Rá” e outro exemplo sendo Tut-Mo-Ses, “Filho do Deus Tut”. Já Mo-Ses, seria Filho do Deus, neste caso, sem nome, pois o Deus de Israel, na realidade não tem nome.
Quanto a barreira de nossas convicções e pensamentos que também é um fator importantíssimo na nossa prisão neste mundo limitado (Egito em Hebraico também significa isso - Limitado) vai ser transposta no evento da Páscoa, representada pela passagem pelo Mar Vermelho, que se abrirá para nós passarmos, ou seja, os nossos pensamentos farão uma abertura para a passagem de nossos seres interiores pelas suas águas (Conhecimentos). Evidentemente a passagem é pelo mar (O mundo que também representa "oculto"), sendo este um simbolismo muito rico e com várias dimensões. O outro lado do mar é o nosso mundo subconsciente e além.
Vemos que começa a se descortinar o total quadro da segunda camada da Torah (Remez) relativo ao evento do início da peregrinação do retorno da alma pelos seus caminhos em direção à Terra Santa, quanto mais tempo tivermos, mais rebuscaremos estes princípios e poderemos ir de forma mais abrangente e profunda nestes textos. Voltaremos a ele oportunamente.
Devido às novas pequisas no campo da física, novas descobertas e teorias, como é o caso da teoria das cordas e das membranas (Teoria M), a mecânica quântica tem revelado uma série de novas facetas.
Apesar da teoria das cordas não poder ser comprovada experimentalmente, devido as pequenas dimensões das cordas e seus efeitos, pois por exemplo, se pusermos as dimensões de um Próton como as do nosso sistema solar a dimensão de uma corda vibrante, seria a de um edifício de 3 andares aproximadamente. Conduz através de uma derivação sua, a teoria das membranas ou teoria M e à unificação da Física, o que a poria em um lugar de destaque, quando comparada com os outros modelos, apesar de não existirem parcialmente experimentações e testes possíveis, pelo menos temporáriamente.
O caso mais espetacular, é que quando esta tendência começou, Einstein tinha acabado de descrever a gravidade através de deformações no tecido do espaço, demonstrando que o efeito de atração entre as massas era produzida por efeitos desta deformação das quatro dimensões espaciais.
Um físico alemão obscuro Theodor Kaluza pensou que se a deformação do espaço-tempo produziria o efeito gravitacional, talvez estudando um número maior de dimensões, conseguiria-se investigar os efeitos das outras três forças fundamentais.
Ao acrescentar mais uma dimensão, descobriu que apareciam naturalmente em sua matemática, as equações de Maxwell, que descrevem os efeitos do eletromagnetismo. Mencionou sua descoberta para Einstein que o sugeriu seguir em frente. Publicou as suas pesquisas em 1921. Posteriormente Oscar Klein aderiu ao modelo e fez uma série de investigações e contribuições novas, nascendo a teoria Kaluza-Klein.
Estes modelo propôs novas dimensões extras ao espaço e com o decorrer do tempo e o advento da teoria das cordas vibrantes, apareceram 6 dimensões extras ao expaço, tornando este, deca dimensional (Dez Dimensões) e o advento da Teoria da membranas (Teoria M), mais uma dimensão foi adicionada, compreendendo no total 11 dimensões espaciais para o nosso universo.
Devido a natureza quântica do espaço e efeitos de limites de velocidades, do efeito de entrelaçamento, investigação da natureza holográfica do espaço de partículas e outros fenômenos paradoxais, alguns físicos em algumas universidades, têm sugerido que o universo inteiro seria uma simulação e que poderia ser obra de alguma supercivilização, nós mesmos no futuro, ou talvez de alguma superconsciência que poderia ser alguém ou algo que interpretamos como Deus. Na realidade demonstram não saber. Somente levantam esta hipótese, principalmente por serem cautelosos a esse respeito.
Os sábios do passado diziam a mesma coisa, mas estas afirmações eram baseadas em informações obtidas em mergulhos profundos nas suas mentes, trazendo informações da estruturação de nosso universo, que evidentemente se apresenta com um comportamento bastante peculiar.
Muitas discussões sobre isso podem ser encontradas em diferentes obras de sábios antigos, demonstrando que eles tinham conhecimento destes mecanismos, inclusive, Rambam (Maimônides) Rabino e filósofo judeu que viveu a maior parte da sua vida no século XII e que discute em uma de suas obras a velocidade da luz e o comportamento de objetos em velocidades relativísticas, demonstrando conhecimentos que só vieram a luz na época de Einstein.
Na verdade não precisamos fazer experimentações na realidade externa para ter o conhecimento do comportamento das coisas universais, pois na verdade, a parte fundamental de todas as realidades é a mente universal e dependendo de nossa elevação, poderemos mergulhar a qualquer nível de qualquer mundo.
Todos os físicos do mundo sabem que um dos grandes mistérios do nosso mundo é a Matemática, que é capaz de descobrir e pesquisar coisas do nosso universo e que muitas vezes, após muitos anos de pesquisas no campo da física teórica, onde se investiga apenas usando complicadas equações matemáticas, se descobrir através de complicadas experimentações de alta energia, que toda a teoria estava certa. Vejam que também as simulações demonstram isso.
O colisor de Hadrons - LHC do CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire) em Genebra na Suiça, está sendo remodelado para aumentar o seu nível nível energético, principalmente para comprovar definitivamente a teoria do Boson de Higgs. Uma teoria levantada pelo Físico teórico Britânico Peter Ware Higgs, que propôs esta teoria em 1960 e que foi provisóriamente confirmada em 14 de Março de 2013 (50 anos mais tarde).
A mente que suporta este universo é fantástica, e seu objetivo, como demonstrado na Torah, é o de evoluirmos até chegar a ter equivalência de atributos com o todo e desta forma, deveremos seguir o nosso caminho com ferramentas muito símples, Torah e Mitzvot.
O atributo de bondade é representado na Torah como o patriarca Abraão “Abraão é um homem bom”. O atributo de Justiça ou rigor é representado pelo patriarca Itzak que é “Um homem temeroso” e a beleza é representada pelo patriarca Yacób “Yakov é um homem bonito”.
Lembrem se que estamos em um ambiente virtualmente inteligente que é a mente do todo e dentro da nossa própria. Vamos analisar brevemente estes atributos e os outros restantes como na Torah, apresentados no Zohar e interpretados no Ha Tomer Dvorah (A Palmeira de Débora) de Rabbi Moshéh Kordovero.
Esses são os 13 atributos de misericórdia e representam a parte primordial da igualdade de forma com o Criador, que deve ser atingida para que possamos estar "Diante da face do Senhor na terra dos viventes", como em Tehilim - Salmos. Despertarmos do nosso profundo sono e vivermos a felicidade realmente !
Mas precisamos ter paciencia. Como a Torah, não basta pura e simplesmente ler. É preciso compreender o que se tem lá.
Continuaremos no próximo ensaio.
Gostaria de solicitar a vocês que convidem as pessoas para este blog. É muito importante que esta perspectiva da Torah chegue ao maior número possível de pessoas.