Simbolismo da Torah e o universo Primordial - Parte V
A elevação na árvore
O nosso universo é uma verdadeira maravilha e devemos agradecer todos os dias de nossas vidas por nossa existência e o prazer de contemplar toda as suas belezas e o fato de o mal existente ser puramente aparente, devido a nossa perspectiva parcial dentre todas as realidades.
O ser é total e cada um de nós, seja um ser humano, um animal, um vegetal ou mesmo uma pedra, somos todos partes dele e a única diferença entre nós é que estamos em momentos diferentes de uma grande escalada que teremos que trilhar.
Como já disse antes, o ser total é uma grande mente, que alguns cientistas já estão começando a vislumbrar, dentre seus estudos e pesquisas recentes. São orgulhosos e também temem que suas observações e ideias possam expô-los à comunidade cientifica, (Que em sua grande maioria, gabam-se de serem “ateus”, coisa que entre os cientistas é uma espécie de "Must", significando que são mentes superiores) temendo de serem ridicularizados por seus iguais, pois as ideias novas e principalmente coisas ligadas as religiões, mesmo que de uma forma bastante remota, possam conduzi-los à uma situação de inferioridade frente a comunidade científica..
Apesar de que ví em minha vida, grandes mentes "Atéias" que no final da vida, viraram profundos religiosos e que quase na totalidade, passaram a acreditar profundamente na existência de Deus. Isso é uma característica primordial do ser humano, da qual não conseguimos escapar, e revelam que aqueles "Ateismos" da juventude, eram meramente arificiais, carecendo de qualquer profundidade intelectual ou espiritual.
Esta posição de “Conservadorismo” é bastante salutar para que sejam testadas as novas ideias e teorias científicas, mas precisa-se tomar cuidado, para que não leve ao obscurantismo, como foi o caso da idade média em que se tolheu e destruiu muito da criatividade de boa parte da humanidade, por interpretações errôneas da Bíblia (A ciência da ocasião) e mesmo por um total desconhecimento dela.
O peso de recentes descobertas e novos pensamento, teorias e experimentações, tem sugerido que o universo e a vida não são só bem mais complicados do que se pensava antes, mas que existe inerentemente uma inteligência associada aos comportamentos dos próprios fenômenos físicos e que a vida não está simplesmente nesta superfície que supunhamos estar.
Vejam a questão dos neurônios e da consciência humana. Alguns cientistas já diziam em pesquisas há mais de 20 anos que os neurônios não poderiam ser os únicos responsáveis por nossas consciências e pensamentos, pois os unicelulares já demonstravam uma consciência primitiva, se movimentando, buscando alimentação, reagindo a campos magnéticos e muito mais. Com isso deveria-se supor que existissem formas menores de processamento dentro das células, em escala muito menor da que podemos observar. Hoje com o advento do processamento quântico, mesmo que em escala muito rudimentar e elementar, podemos observar que podemos processar dados através de partículas elementares, o que abre uma porta para que a célula, de certa forma, possa utilizar estes processos em suas inteligências, sendo que as últimas pesquisas tem sugerido isso. Já em processos utilizados pela vida, encontraram muitos que demonstram a utilização de fenômenos quânticos como é o caso da fotosíntese, que se descobriu recentemente, ser baseada em fenômenos quânticos (O que já era de se supor, pois as reações químicas dependentes de fotons só poderiam conduzir a isso). O mais desconcertante é que em determinados unicelulares marinhos de grande profundidade, onde se exigem grandes eficiências na conversão de energia, pois tem-se poucos fótons, por serem lugares escuros, os processos quânticos se alteram, dependendo dos níveis energéticos, buscando-se a máxima eficiência.
Outros apresentando ideias e teorias como Sir. Roger Penrose, um dos mais renomados cientistas da Atualidade da universidade de Oxford, junto com o Dr. Stuart Hameroff, professor da Universidade do Arizona e anestesiologista, sobre que a consciência seria elaborada por processamentos mais profundos dentro das células cerebrais, valendo-se de fenômenos quânticos.. Esta teoria tem sido controversa nos meios acadêmicos e científicos, mas nos últimos tempos, vem ganhando embasamento experimental.
Muitos renomados cientistas de grandes universidades, tem dado suas opiniões em filmes, entrevistas, debates em auditórios como no World Science Festival. Em que muitos falam de estudos atuais sobre o nosso cosmos sendo um computador, outros discorrendo sobre teorias como é o caso do universo holográfico do Dr. Leonard Susskind, professor de Física, titular da cadeira Felix Bloch de física teórica da Universidade de Stanford, sendo um dos pais da teoria das cordas. A teoria do universo holográfico se baseia na teoria das cordas e teoria da informação da física moderna. A teoria tem forte conotação científica, física e matemática tendo sido baseada na teoria das cordas.
A ciência não é como a maioria das pessoas pensam que é. São simplesmente explicações de modelos que podem ser utilizados para descrever fenômenos sob uma determinada perspectiva em um determinado tempo, e que em outros, modelos mais sofisticados englobando mais variáveis e fenômenos, tomam o seu lugar. O conhecimento humano muda a cada dia e isso é que é ciência. É nada mais nada menos, o que a humanidade sabe a respeito de alguma coisa, suas opiniões, não importando de que podemos utilizá-lo para construir e projetar coisas, utilizando-a como ferramentas de nossas engenharias, pois amanhã tudo poderá ser diferente, pois o que acreditávamos no passado, passaremos a não acreditar mais.
A maior prova disso é que existem duas físicas. A física relativística e a física quântica, uma é completamente diferente da outra, sendo em alguns casos, completamente antagônicas. Isso significa que não conhecemos na realidade os princípios fundamentais da natureza e já começamos a vislumbrar muita coisa que mostra que existe algo além, que “Não explica a vã filosofia” como já foi dito.
Sabemos por pura observação que o nosso universo é uma máquina de gerar e processar informação. Vemos também que no seu início só existia luz (energia), posteriormente hidrogênio, depois com a formação das estrelas, outros materiais que foram criados por fusão nuclear e nas grandes explosões de supernovas e posteriormente cristais, vegetais, animais e o homem ou os homens (Que não sabemos quais civilizações existirão além de nós), ou mesmo além do homem. Simplesmente não vamos divagar ou especular por coisas que simplesmente não sabemos.
O que podemos entender, como dito pelos antigos mestres e Rabbis é que a grande mente e as nossas, parte dela, (Afinal somos filhos de Adam), deve evoluir e precisamos galgar a escada do nosso universo, através de nosso interior, precisando a partir de determinado ponto, galgar as nossas árvores representadas pela palmeira. Na verdade estas palmeiras somos nós mesmos que como a Torah fala “O homem é a árvore do campo”.
Vimos que no episódio da páscoa começamos um caminhar e que no Êxodo do Egito, passamos pela “Barreira” de nossas mentes, entrando em um campo mais profundo. Já depois do Mar Vermelho ou de Juncos temos:
“ וַיַּסַּע משֶׁה אֶת יִשְׂרָאֵל מִיַּם סוּף וַיֵּצְאוּ אֶל מִדְבַּר שׁוּר וַיֵּלְכוּ שְׁלשֶׁת יָמִים בַּמִּדְבָּר וְלֹא מָצְאוּ מָיִם: “
“Depois fez Moisés partir os Israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur, e andaram três dias no deserto, e não acharam água.”
“ וַיָּבֹאוּ מָרָתָה וְלֹא יָכְלוּ לִשְׁתֹּת מַיִם מִמָּרָה כִּי מָרִים הֵם עַל כֵּן קָרָא שְׁמָהּ מָרָה: “
Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara porque eram amargas, por isso chamou-se o lugar Mara,
“ וַיִּלֹּנוּ הָעָם עַל משֶׁה לֵּאמֹר מַה נִּשְׁתֶּה: “
“E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber ?”
“ וַיִּצְעַק אֶל יְהֹוָה וַיּוֹרֵהוּ יְהֹוָה עֵץ וַיַּשְׁלֵךְ אֶל הַמַּיִם וַיִּמְתְּקוּ הַמָּיִם שָׁם שָׂם לוֹ חֹק וּמִשְׁפָּט וְשָׁם נִסָּהוּ: “
“E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas tornaram doces, ali lhes deu estatutos e uma ordenança e ali os provou.”
“ וַיֹּאמֶר אִם שָׁמוֹעַ תִּשְׁמַע לְקוֹל | יְהֹוָה אֱלֹהֶיךָ וְהַיָּשָׁר בְּעֵינָיו תַּעֲשֶׂה וְהַאֲזַנְתָּ לְמִצְוֹתָיו וְשָׁמַרְתָּ כָּל חֻקָּיו כָּל הַמַּחֲלָה אֲשֶׁר שַׂמְתִּי בְמִצְרַיִם לֹא אָשִׂים עָלֶיךָ כִּי אֲנִי יְהֹוָה רֹפְאֶךָ: “
“E disse: E se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara.
“ וַיָּבֹאוּ אֵילִמָה וְשָׁם שְׁתֵּים עֶשְׂרֵה עֵינֹת מַיִם וְשִׁבְעִים תְּמָרִים וַיַּחֲנוּ שָׁם עַל הַמָּיִם: “
“Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas.” Shemot – Êxodo 15: 22 a 27.
“ אָמַרְתִּי אֶעֱלֶה בְתָמָר אֹחֲזָה בְּסַנְסִנָּיו וְיִהְיוּ נָא שָׁדַיִךְ כְּאֶשְׁכְּלוֹת הַגֶּפֶן וְרֵיחַ אַפֵּךְ כַּתַּפּוּחִים: “
“Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e então os teus seios serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração como o das maçãs.” Shir HaShirim - Cantares 7:8
Vemos que o povo de Israel ansiava por “conhecimentos de cima”, (Tinham sede) conforme relatado, mas encontraram águas amargas, ou seja conhecimentos e regras difíceis de seguir, aparentando ser completamente desprovidos de prazer e espiritualidade.
Existe também a perda de objetivos materiais e a alma passa a ansiar níveis mais altos da existência, conduzindo à um certo estado de depressão. Os Israelitas já começavam a se interrogar e reclamar, como é o que acontece em nosso interior, em que a coletividade que nos representa, nos interroga sobre se estamos no caminho certo, duvidando, se o objetivo que escolhemos está certo. Ficamos ná dúvida a respeito de nossos caminhos.
Ao jogar a arvore na água, dulcifica-a, nos permitindo bebê-la. Recebemos as instruções e seremos testados a partir daí, como dito no texto. Significando que a árvore (Neste caso a Palmeira como sete das dez Sephirots) dá significado aos nossos pensamentos (Águas), mas também é uma contínua instrução e teste a medida que progredirmos, como mencionado na Torah.
Note-se que a menção de que Deus não permitirá mais enfermidades como as do Egito é porque a cada vez que mais e mais galgarmos a árvore, mais estaremos em harmonia com o todo e desta forma nos afastaremos cada vez mais das doenças.
Está claro que através do Shir HaShirim (Canto dos cantigos - Cantares), que a palmeira precisa ser galgada, para poder-se sentir o hálito do alto.
A palmeira mencionada é a que produz Tâmaras, a Tamareira. É mencionada em diversos lugares do Tanach (Bíblia Hebraica).
A tamareira é a árvore que representa as Sephirot ou os dez níveis que deveremos passar para chegar ao cume da montanha.
O ponto de entrada do “Tamer Dvorah” (Palmeira de Débora) de Rabbi Mosheh Kordovero é no seu décimo capítulo, onde começa a escalada e recebemos as instruções de como devemos galgá-la.
O X capítulo chama-se “Subindo a árvore” e começa assim, nas palavras de Rabbi Mosheh Kordovero:
“No primeiro capítulo de Gênesis [1] Rabbi Shimon (Rabbi Shimon Bar Yochay, O Autor do Zohar), expõe um grande e magnífico conselho da Toráh, de como o homem pode estar ligado à Suprema Santidade e nunca mais ser separado da Sephiroth Superior. É necessário que o homem, a este respeito, deva conduzir-se de acordo com o tempo, isto é, saber quais as regras relativas a aquela Sephirah e ligar-se a ela, executando o Tikkun associado, a essa qualidade dominante.
Ele começa com a noite, o momento em que o homem dorme em sua cama. A força dominante é, então a noite , a qualidade da Soberania [2], mas se ele continuar a dormir , o sono é como a morte e a árvore das regras da morte. O que ele deve fazer? Ele deve se antecipar, preparando-se para vincular -se de acordo com o segredo da santidade, ou seja, o segredo da qualidade da Soberania no aspecto da sua santidade. Com isso, ele deve ir para a cama, aceitando sobre si o jugo completo do Reino dos Céus, com a intenção de seu coração. Ele deve subir à meia-noite, lavar as mãos das cascas, que tem domínio sobre ele [3] , remover o mal de sua carne e recitar as bendições [4] . Ele deve, então, fazer um Tikkun para a Shekinah , estudando a Torá , sobre o qual está escrito : "Quando te deitares [5] deves vigiar te " - de fora para dentro - "e quando tu acordares, falaras contigo mesmo '- e ele estará unido a ela e ela a ele. De forma que a tua alma subirá ao Jardim do Éden com a Shekinah que entra lá para se deliciar com os justos e com eles em sua companhia, para que eles todos ouçam a sua voz. Assim que eles realmente viagem com ela desde a morte e o sono para o segredo da vida celestial e eles sejam unidos lá, de acordo com o segredo do jardim do Eden e a luz da beleza que brilha sobre os justos no Jardim do Eden, comece a brilhar sobre ela E assim é explicado na seção Terumah [6] “.
Estas palavras são muito profundas e discorrem sobre o fato de estarmos na “Noite” ainda “Não despertos” no “Goluth” e que ao galgar a arvore, devemos nos conduzir de acordo com o que cada sephira daquele tempo em particular sugere, fazendo o Tikkun (Correção) em cada uma delas. Quando "despertarmos" (ressucitarmos da Morte), teremos o segredo (SOD do Pardes).
Nesta mesma página discorre sobre os três patriarcas que são os arquétipos das 3 sephirots emocionais de Zeir ampim, e outras coisas que discutiremos no momento adequado.
O Tomer Dvorah nos seus capítulos trata do seguinte:
Capítulo 01 – Os 13 atributos de misericórdia.
Capítulos 02 – Alcançando os atributos de Keter
Capítulo 03 – Alcançando os atributos de Chokmah
Capítulo 04– Alcançando os atributos de Binah
Capítulo 05 - Alcançando os atributos de Chesed
Capítulo 06 – Alcançando os atributos de Gevurah
Capítulo 07 – Alcançando os atributos de Tiferet
Capítulo 08 – Alcançando os atributos de Netzach, Hod e Yesod
Capítulo 09 – Alcançando os atributos de Malkut
Capítulo 10 – Subindo a Árvore.
É na verdade a escada para galgar os níveis da espiritualidade.
Discutiremos este assunto no momento adequado e por agora, estou traduzindo o texto do Tomer Dvorah, para o português para poder deixá-lo disponível aqui neste blog.
Temos que pensar que na realidade as sephirots são como um holograma, contendo em cada Sephirah, todas as outras dez, por exemplo, a sephira inferior de Malkut tem Malkut, Yesod, Hod, Netzach, Tiferet, Gevurah, Hesed, Binah,Chokmah e Keter.
Temos Keter de Keter, Keter de Chokmah e assim por diante. Este é o princípio da inter-inclusão, são degraus dentro de cada Sephirah.
A Torah fala nas 613 leis, que todos os Israelitas devem obedecer, são as 613 mitzvot, e na realidade são 620 leis em que as 7 restantes são para os Bnei Noach (Filhos de Noé), o resto da humanidade cujas almas ainda não está no caminho.
Estas 613 leis são chamadas de luzes "OROT" ou OR no plural, sendo o sufixo "ot" usado para o plural feminino e "im" para o plural masculino.
Como a palavra luz (Or) em hebraico é feminina, o seu plural é Orot com guemátria 613. Vejam que a palavra "luzes" em hebraico tem o número 613. O número de mitzvots.
Estamos tratando da escalada da alma, sendo exatamente do que a Torah e o inteiro Tanach tratam, e a menção de fatos científicos da atualidade, são meramente factuais e estão sendo postos aquí para demonstrar que o Main Elionim (Águas Superiores) estão se juntando com o Main Tachtonim (Águas Inferiores), significando que os conhecimentos do alto se juntarão com os conhecimentos de baixo (Humanos) e que já estamos bem próximos do final dos 6 mil anos. O início da era de Machiach.
Esta profecia também diz que a sabedoria do alto cobrirá toda a terra como as águas cobrem o Mar. Isso tem multiplos significados. Como tudo no Tanach.
Gostaria de solicitar a todos que convidem as pessoas para este blog. É muito importante que esta perspectiva da Torah chegue ao maior número possível de pessoas.