O terceiro filho de Lia - O príncipe da "Tribo de Leví".

07/01/2012 08:21

 

    Lia a primeira mulher do Patriarca Yacov (Jacó) quando teve o seu terceiro filho, o chamou de Leví que significa “unir” em hebraico, dizendo; “Agora, desta vez se unira mais a mim meu marido, porque lhe dei a luz 3 filhos “.
    Por isso os seus descendentes (A tribo de leví) são chamados de levitas, sendo os seus descendentes Moisés e seu irmão Aarão, filhos desta tribo e este último o primeiro sumo sacerdote (Cohen haGadol), desta forma alegoricamente o destino dos Levitas seria de unir o Esposo à Esposa (O Criador à Sua Criatura) em uma das dimensões na linguagem interna da bíblia
Para isso os descendentes de Aaron HaCohen Gadol)   Aarão o sumo   Sacerdode, são chamados de Cohanitas (Ministrantes ou Sacerdotes) e por direito tribal a sua casta sacerdotal é passada de pai para filho e sua função primordial é a de servir no templo como sacerdotes.
Porquê esta não foi a função de Moisés ?
    Porquê Moisés, na Torah, foi um mensageiro. Nos trouxe, a sabedoria do Criador  encerrada  nas suas  dimensões interiores. Esta Torah que nos guia até hoje na direção da retificação final. Moisés é um Maschiach, um libertador, aquele que nos guiou pelo mar vermelho, nos tirando da servidão do Egito como  ordenado pelo Criador. Moshe (Moisés)  é uma  força libertadora que nos puxa para cima.

    Já o outro elemento é o Cohen, o Sacerdote, cuja principal função é acender as luzes da Menorah (Candelabro de 7 velas) conforme ordenado pelo criador na estória da  Torah. Esta função de acender as velas, é a de iluminar as consciências dos seres, pela proximidade das suas. Como velas que se aproximam e passam as suas chamas de uma para as outras. As velas da menorah são as almas humanas que serão iluminadas pelas dos Cohen. Está escrito na própria bíblia : “A vela de Deus é a alma do homem”. O simbolismo daquela força que nos alimenta de luz. Da luz circundante, da luz  que reforma, ou de certa forma a conexão que nos passa o programa certo. Na realidade tanto Moisés como Aarão são parte de nós mesmos e estão em nosso interior.

    Os levitas são também os responsáveis por nossa elevação. Vejam que a palavra levitar, também vem daí. Uma das funções dos levitas no deserto, era a de montar e desmontar o tabernáculo, carregá-lo de um lugar para outro, levantar e levar a arca da aliança. Vejam que mesmo em português, as palavras levantar, levar e etc, carregam dentro de si, as raízes de Levi (L e V).

    Dentro de nós existe a centelha divina, uma parte do criador que aponta em sua direção, o Israel (Yashar – El, quando separado ) ou seja direto a Deus, sendo  Yashar (Direto) ou El (Alto ou Deus), desta forma, todos os seres que ativam a sua centelha divina pela união com o seu criador, passa a ser chamado de Iechudi (Lê-se Ierudi, do hebraico “Uno”),  sendo cada criatura que busca o seu criador, não importa a nacionalidade, raça ou cor, a partir de um certo ponto, é um iechudi, um judeu, um “uno”.

    As partículas de pó, são nossas almas. Cada partícula resplandece a luz refletida da fonte primordial, o criador. Uma imagem simples disso, é quando a luz proveniente do sol, passa por uma janela e vemos o pó suspenso no ar, a refletindo, podemos ver cada grão como uma alma humana. Cada grão, (Nossas almas) está separado do outro     e o amor nos unirá, seremos de novo uma só criatura. Na realidade o somos, mas estamos ilusoriamente separados pelo ódio, pelas cascas (Klipot) de nossos egos. Vejam que o ego não é uma coisa simples como parece. A formação de toda a realidade depende dele. A perspectiva do ser, com a formação da nossa percepção e sequencia de realidades, depende da existência do ego. Mais tarde expandiremos este assunto, descrevendo na perspectiva da Kabbalah a formação do tempo e espaço e dos universos que explica isso muito bem.
O nosso objetivo é fazer crescer esta centelha e uni-las em uma só, unindo-nos em uma só alma, o Adam o homem.
O templo supremo, o Beit HaMikdash da montanha de Moriah, na realidade está em nosso interior, em nossas almas, nas profundas dimensões de nossos pensamentos, exatamente no centro de nossos corações. Lá está o Kodesh HaKodashim, o Sanctum Sanctorum, o santuário dos santuários. É lá que nos conectamos com as esferas mais elevadas e através delas, na mais alta de todas, com o nosso Criador.

    Estes dois, Moisés e Aarão, figuras profundamente simbólicas,  levarão a noiva à tenda do matrimônio e unirão  a Noiva, totalmente preparada, a Knesset Israel  (A Assembléia de Israel ), a humanidade inteira unida em uma só criatura  (Adam), ao Criador, o Noivo. Isto que dizer que no final de tudo, os opostos, Criador e criatura, serão unidas em uma inter-relação de eterno êxtase.
    Parece uma imagem ingênua, mas tudo isso não é físico, são imagens de altíssimo simbolismo, uma linguagem de parábolas que adorna e guarda um profundo significado que só poderemos entender nas profundezas de nosso ser, em dimensões inatingíveis por nossa mente objetiva e que jamais poderemos expô-las materialmente através de nossa linguagem ordinária.

    Por outro lado, quando a tribo de leví passou a ocupar as terras de Canaã, já conquistada pelos Israelitas. Josué as dispersou por todos os lugares, pois a tribo de Levi “Não tinha herança na terra prometida, sendo a sua herança o próprio Criador” conforme relatado na Torah. Vejam também que a sua posição estratégica, não deixa de ser uma situação de união ou de “Cola” de todo o sistema.
Uma coisa curiosa é que na história, os Cohens, trazem dentro de sí um marcador genético que os distinguem.
.A Universidade de Toronto e o Rambam-Technion Medical Center em Haifa-Israel pesquisaram a linhagem Cohen Uma coleção de marcadores genéticos foram encontrados nos Cohenitas, mostrando que eles possuem um ancestral comum, provavelmente Aarão haCohen (Aarão o primeiro sacerdote e irmão de Moisés). Este arranjo de seis marcadores cromossômicos,  foram achados em 97 dos 106 Cohanim testados. Esta coleção de marcadores passou a ser conhecido em inglês como o Cohen Modal Haplotype (CMH) ou a  assinatura genética da família sacerdotal dentre os levitas.
Estes sacerdotes, depois da queda do segundo templo e mais generalizadamente, os levitas, com a criação do judaísmo, por volta do primeiro século da era cristã,  se transformaram simplesmente em rabinos, passaram, seus conhecimentos de mestre a discípulo e muitas vezes de pai para filho, por gerações, devotando suas vidas a isso. Compilaram a Torah e outros livros com grande reverência, não alterando uma só letra do livro sagrado, que está intocado desde a primeira vez que foi criado, pois a Torah, proíbe que se possa mudar qualquer coisa. Os Cohanitas são todos descendentes de Aarão, o Irmão de Moisés.

    Um fato interessante, é que estes marcadores passam de pai para filho (Sendo transferido pelos cromossomas Y),  sendo que normalmente nas famílias judias a ligação com o Etz haChaim (A arvore da vida) e o direito de ser Judeu por nascimento, (Como povo na religião judaica,)   é passado pela mãe, mas o direito tribal , o direito de um indivíduo pertencer a uma tribo, vem pelo pai. Deste modo  , no caso dos Cohanitas, o direito sacerdotal é passado pelos pais, ou seja, através da linhagem masculina. Na realidade o conceito de tribo vai muito além de um povo, sendo na bíblia um conjunto de atributos emocionais que irão substituir os dos povos de Canaã, mas isso fica para outro tempo

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