Dvorah - A nossa abelha juíza e profetiza que julga debaixo das palmeiras.

07/06/2014 20:28

    O ensaio desta semana será minúsculo em tamanho físico, mas a sua alma será imensa. Devemos pensar um pouco sobre ele para concluirmos e estruturarmos os nossos conceitos sobre os caminhos da espiritualidade.

    A palmeira é muito alta, de 15 a 30 metros e difícil de subir. Quando ousamos fazê-lo, ao chegarmos no seu topo, encontramos as suas maravilhosas frutas e poderemos desfrutar de seu fantástico sabor. Desta forma, as palmeiras, principalmente as de tâmaras, representam a escalada que devemos fazer para alcançar os níveis mais elevados da espiritualidade. Elas representam o aspecto do homem justo.

    Quando os israelitas guiados por Moisés alcançam a fonte de Mara e foram à Elim, têm o seu primeiro contato com a palmeira, sendo que em Mara recebem os “estatutos e ordenanças”, para começar a sua escalada, e em Elim acampam junto as 12 Fontes e as 70 Palmeiras.

    Em Levítico em 23:40, os israelitas são instruídos que durante os “Sete Dias” de Sucot (Cabanas) devem tomar os ramos das palmeiras, das arvores frondosas e salgueiros de ribeiras, e todos os naturais de Israel devem habitar em cabanas.

    Vejam que na fronteira final da Torah, no início do livro de Josué, os Israelitas atravessam o Rio Jordão, que abre as suas águas, durante a páscoa (Porém agora pela Arca da Aliança), exatamente no mesmo dia em que o mar vermelho se abriu, recomeçando uma nova primavera para o povo eleito.

    Vejam que os marcos representados pela “abertura do mar”, a subida no monte sinai com a recepção da Torah, habitação nas tendas, encontro nas fontes de Mara e Elim com o início da escalada na palmeira, a passagem na fronteira do Jordão ou entrada na “Terra Santa”, a derrubada da muralha de jericho (A cidade das palmeiras) e o alcance do sentimento da “fragrâcia do senhor” (O que significa Jericho), são fronteiras que encontramos em nossa escalada da espiritualidade em direção a Judah e Yerushalaim, afinal, somos “Israel” (Direto a Deus).

 

" אָמַרְתִּי אֶעֱלֶה בְתָמָר אֹחֲזָה בְּסַנְסִנָּיו וְיִהְיוּ נָא שָׁדַיִךְ כְּאֶשְׁכְּלוֹת הַגֶּפֶן וְרֵיחַ אַפֵּךְ כַּתַּפּוּחִים: "

 

"Dizia eu. Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos, e então os teus seios serão como cachos na vide, e o cheiro da tua respiração como o das maçãs” Shir hashirim – Cantares 7: 7 e 8.

 

    Vejam que enquanto ficarmos retos, seguindo os “caminhos do senhor”, teremos o “Mel”, mas se nos desviarmos do caminho, experimentaremos a “dor” da picada da pequena “abelha de mel” (Dvorah – Débora - Abelha de Mel) que é uma Juiza perfeita, sendo inclusive “Profetiza”, com alto grau de discernimento. Ela atende debaixo das “Palmeiras”, sendo a mulher de (Ela prepatava pavios ou mechas para o Santuário ) “Lapidote” ( לפיד -  Tocha, Lanterna, lamparina. Quando verbo, incendiar. Da mesma raiz de Pavio ou Mecha da vela ou lamparina) que produz a “Chama da fé”. Significando que o seu compromisso é com o acendimento da chama da fé na alma dos justos.

 

" וּדְבוֹרָה אִשָּׁה נְבִיאָה אֵשֶׁת לַפִּידוֹת הִיא שֹׁפְטָה אֶת יִשְׂרָאֵל בָּעֵת הַהִיא: "

 

" E Débora mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. " Shoftim - Juízes 4:4

 

    Esta é uma alegoria dos mecanismos de nossa própria psique que nos “critica”, gerando realidades coletivas, perfeitamente de acordo com as nossas atitudes e comportamentos, nos empurrando para a frente e nos forçando, na tentativa de nos manter trilhando pelos “Caminhos da Torah". Nesta fase da evolução da alma, já com a existência do "Compromisso"  é um sistema de prêmio e castigo, sendo parte intrínseca de nós mesmos, tendo raízes profundas em nossas almas e na mente primordial.

    A árvore é a melhor alegoria que se poderia fazer da evolução da alma pelos caminhos das realidades. Os seus galhos,  ramos, e folhas, vão se separando a medida que vamos nos afastando do tronco central em direção às folhas, que captam diretamente a luz do sol. Em cada uma de suas bifurcações, tomamos decisões de qual caminho ir, e desta forma trilhamos em realidades diferentes a cada instante de nossas vidas. São na realidade, continuações da sequencia anterior, mas que nos levarão a caminhos completamente diferentes e distantes do ponto inicial, dependendo evidentemente de nossos atos e comportamento.

    A árvore do conhecimento do bem e do mal, faz inteiro sentido neste contexto.  É na realidade o caminho que temos que trilhar, por ter provado de seu fruto, quando ainda estávamos no jardim do Édem.

    Toda a alegoria que foi criada para representar esta experiência (Eva - Hava em hebraico quer dizer experiência) é perfeita e precisamos dia a dia pensar em todo este contexto para sacar o seu real significado espiritual.

Shavua tov - Boa Semana