As Sephirot, os Olamot ou "mundos" , as (Orot) ou "luzes" e os níveis de espiritualidade.
Existem vários níveis com vários nomes diferentes e sistemas ordenados de forma a diferenciar atributos que em conjunto passam a formar ideias completas. Exitem vários sistemas diferentes. Os dos Olamot (Mundos), Olam no singular que é derivado da palavra helem que significa “Oculto”. No caso das Sephirot, uma de suas propriedades é a transparência que funciona como filtro, sendo o nome da Sephirah, a sua propriedade principal. Quanto aos nomes dos mundos, eles descrevem a sua natureza genérica, partindo de Adam Kadmon (Homem Arquetípico) que simboliza o “pensamento da criação” , na realidade todo o programa do “Cosmos” onde estão acumuladas todas as informações necessárias à criação do nosso universo (Ou de nossos universos). Com tudo o que ele contem, bem como todos os seus objetivos e terminando no mundo da “ação” ou Assyia, o nosso mundo agora. Um outro sistema descreve as propriedades espirituais dos seres tais como, Inerte (Do ponto de vitsa espiritual), Vegetativo, Animal, Humano, e radical. Cada sistema desse, pode ser posto lado a lado revelando as suas naturezas intrinsecas e quando combinados com outros. Hoje não faremos estas comparações. Apenas iniciaremos a descrição deles com algumas comparações básicas e com o tempo as compararemos sacando boa parte de suas propriedades mais amplas. Vocês podem perguntar; Porquê tudo isso ? A resposta é que não existe outro meio de agregar os diferentes atributos de cada nível deste, sem lançar mão de artifícios da criação de sistemas diferentes. Vejam que em matemática os vetores, tensores ou matrizes que representam diversos atributos ou perspectivas diferentes, precisam ser organizados de maneira de lista ou tabela, fornecendo dados parciais de perspectivas diferentes e que operados de maneira seletiva nos dão a possibilidade de criar operações mais sofisticadas. Nos casos das Sephirot, Olamot, Luzes e etc, temos um sistema equivalente que nos permite entender e operar de forma seletiva os conceitos e após uni-los, ter uma sensação mais clara de seus reais significados. A linguagem precisa ser de um nível bem mais alto para que se possam ser transferidas estas ideias. Quando combinadas no nosso interior em um nível mais alto (Nossos subconscientes) formam conceitos completos e passarão a ter vida própria. A linguagem usa Sephirot ao invés de “filtros” neste particular, pois este nome já traz dentro de sí uma ideia mais completa de seu real significado, pois utilizando a mesma raiz de “livro”, “Contagem”, “Enumeração”, “Autor”, “Relato”, “Pedra Saphira”, parcialmente a raiz de “esfera” e outras termina em uma natureza que hoje podemos ter de um “Programa de computador” porém muito mais amplo, pois estamos falando de propriedades de nossos pensamentos e mais generalizadamente de propriedades universais. Vejam que nos dá também a ideia de “Programas que filtram” devido a presença do conceito da pedra Saphira e de organização da forma de esferas concêntricas Esfera ספרה. Veja que a própria palavra esfera vem daí.
Pensem na sabedoria destes homens da antiguidade que organizaram estes sistemas. Eles poderiam ter uma ideia clara dos conceitos, bem como as suas almas poderiam trazer estes princípios sofisticadíssimos em seu interior, mas não poderiam transmitir simples ideias como as de programas, de filtros ou de dependência que só poderiam fazê-lo através dos sistema que criaram. Vejam que o Zohar foi escrito para a nossa época, pois os sábios da antiguidade sabiam que só a partir de agora teríamos nível para entender de forma ampla, todos estes conceitos e também as ferramentas de mídia necessárias para expandir os conhecimentos por toda a humanidade. Naquela época só poderiam ser colocadas as sementes que germinariam e frutificariam para chegar até nós.
Vamos continuar a nossa discussão falando das Sephirot e dos Olamot (Mundos).
O Conjunto das Sephirot e HaOlamot (Os mundos).
Vamos dar uma olhada no conjunto de Sephirot.
Temos a Sephirah mais alta Keter – A Coroa
As três Sephirot Intelecuais
Chochmah - Sabedoria
Binah - Entendimento
Daat - Conhecimento
As seis Sephirot emocionais:
Chesed - Bondade
Gevurah – Rigor, Juízo ou Temor
Tiferet - Beleza
Netzar – Vitória
Hod – Agradecimento ou Glória
Yesod – Fundamento
A Sephirah mais inferior
Malkut - Reino
Keter como abordaremos mais tarde, só aparece quando não temos Daat, sendo estas autoexcludentes e no caso de Se utilizar Keter, binah agrega o conhecimento à sua função de entendimento.
Desta forma passamos a ter a seguinte organização.
A sephirah mais alta:
Keter
As sephirot Intelectuais
Chochmah
Binah
As Sephirot de Zeir Ampim ou "emocionais"
Chesed
Gevurah
Tiferet
Netzar
Hod
Yesod]
MalKut
Finalmente organizaremos da seguinte forma:
Keter
Chochmah
Binah
Zeir Ampim - Este engloba as Sephirot de Hesed Guevurah, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod.
Malkut
A estes níveis de Sephirot, vamos estabelecer um nível de “percepção” que chamaremos Olam (Mundo – derivado de helem “Oculto”). O plural de Olam é Olamot ou mundos. Estes níveis são níveis percepcionais ou “Realidades” o qual poderemos “Perceber”, em estados mentais mas altos à medida que galgarmos a “Montanha” do ser. Estes níveis são também relativos à criação e abordaremos no momento oportuno.
Não vamos nos importar com o fato de usarmos a palavra “criação”, pois sempre em Kabbalah, em um determinado assunto, poderemos estar tratando de muitos outros e indistintamente. Não nos preocupemos com isso agora. No decorrer do tempo nos acostumaremos em discutir isso e a partir de um certo momento, teremos a noção precisa de que nível estaremos falando. Na realidade em Kabbalah existe inter – inclusão em todos os níveis e discutiremos isso oportunamente.
O nível mais alto é o de ADAM KADMON (Homem arquetípico). É chamado assim porque neste nível, estão registradas todas as informações para a geração de todas as realidades. Na verdade, trata-se do programa da Criação (Utilizamos agora um termo moderno). Este ADAM KADMON é na realidade o “Programa” objetivo de toda a criação. Não se esqueçam que estamos no mundo mental e tudo que ele contém é informação, mas que informação é esta ? É luz (OR), algo indefinível por nós. A raiz de tudo e pode remotamente ser comparada com a nossa luz física ordinária (Onda eletromagnética) que forma toda a matéria de nosso universo. Não se esqueçam que o nosso universo físico partiu de uma “Grande Explosão”, ou “Big Bang”. Que na realidade foi a explosão de pura energia (luz) de uma singularidade original e que antes de tudo não existia tempo e nem espaço.
OR não é a luz física, poderemos compreendê-la como um “Momento de prazer”, “Origem da Mente”, “Energia fundamental da mente”, “Vida” e outros milhares de significados que não dariam para escrever nesse trabalho, mas contentemo-nos com o simples "OR". Não dá para definir o que é. Só interiormente.
ADAM KADMON é chamado de Matzil (Emanador). É como se fosse o sol de onde emana a luz (Or) . Na realidade é como se fosse um Sol, mas não vamos nos prender a essa imagem e não tornemos físicas estas palavras. Em uma determinada época um faraó da Décima oitava dinastia (Amenhotep IV ou Akenatom – O Devoto de Atom). Usou como símbolo um disco solar de onde saíam raios luminosos com mãozinhas nas pontas segurando cruzes Ansata (Cruz com um laço em cima, representando a vida). Quando se referiu a este símbolo em um de seus poemas, disse: “Ó Atom Tú és Rá, Símbolo do Deus Único”. O interessante é que este disco solar é chamado de ATOM, com fonética muito próxima a ADAM e note-se que viveu cerca de duas gerações antes de Moisés.. Na tradição bíblica se conta que Abraão deu conhecimentos aos egípcios.
ADAM KADMON vai muito além desta ideia e evidentemente, já faz parte da Criatura, mas relativamente a nós é o “Criador” pois traz dentro de sí todas as informações necessárias à criação de todas as realidades. Essas são parábolas e evidentemente muito longe de representar verdadeiramente qual pode ser a sua real natureza, que é totalmente inatingível por nossas consciências. Isso na realidade é um mero modelo, sendo que evidentemente o real, simplesmente é totalmente sem forma e sem tempo e consequentemente incompreensível às nossas mentes. Quando falamos em emanação não estamos falando que emane de um ponto qualquer, pois se não existe tempo, espaço e nem forma, isso não faz nenhum sentido. O que importa é o conceito e não a forma.
Como podemos conhecer essas coisas ? Através da experiência de almas exaltadas como de Avraam Davino (Abraão Bíblico) , Moshé Rabeinu (O moisés bíblico), Rashbi – Rabbi Shimon Bar Yochay, o Santo ARI – Rabbi Ysaak Lúria, Baal Shem Tov ou Rabbi Israel Ben Eliezer, Baal Ha Sulam ou Rabbi Yehuda Halevi Ashlag e outros que com suas almas elevadas, nos trouxeram estas experiências e conhecimentos.
O segundo nível é o de ATZILUT, ou seja, das “Emanações”. São as emanações que partem do Matzil e inundam e formam os mundos (Olamot).Trazem dentro de si todas as controvérsias e todas as informações necessárias à criação de todas as realidades. É como se fosse o DNA de um embrião humano que traz dentro de si todas as informações necessárias à formação de um homem, inclusive determinantes do seu caráter, porem notem, que estamos falando do universo inteiro, sendo desta forma, fantástica a quantidade de informações. Observem que as emanações são OR que aí são chamadas de Shefa (Abundância) pela fantástica abundância de informações carregadas por ela. Ela também é chamada de OR Pashut (Luz Símples), pois emana diretamente do Atzimutho (Essência) do Criador. Note que Criador aquí não significa Deus, pois este está muito acima disso tudo, sendo completamente incompreensível para qualquer criatura a despeito do nível de elevação que ela possa ter. Baal Ha Sulam disse que, jamais poderíamos balbuciar sequer uma simples palavra a respeito desta força benevolente e suprema que criou tudo. É impossível a nos lhe dar um nome.
O Terceiro nível ou mundo é o de Briah (Criação). A partir das informações de Atzilut são engendradas as formas potenciais abstratas, é claro e sem qualquer vestígio de tempo e nem espaço..
O quarto é o mundo de Bryia ou de formação.
O quinto mundo é o de Assiyah – Mundo da ação – Este nosso nível atual.
Em forma de tabela organizaremos os mundos da seguinte forma:
Adam Kadmon - A”K Homem Arquetípico
Atzilut Emanações
Briah Criação
Yetzirah Formação
Assyia Ação
Agora vamos às luzes (Orot) ou prazeres.
As almas na realidade são “recipientes” e são organizadas nos seguintes níveis.
Ychidah (Una) e em hebraico tanto significa una, como múltipla. Esta dualidade do termo expressa que todas as almas, de tudo, na realidade formam uma só criatura, como todas as gotas formam a agua do mar, mas também é uma coletividaderepresentando a somatória das almas. "Pelotão" em hebraico é "Yechidah".
Chayah - (Viva). Represente a alma já totalmente consciente e desperta Este é o nível que muitas vezes se refere o Rei David e Jesus. As vezes se usa Nefesh Chayah na bíblia.(Alma Viva).
Neshama – derivada de respiração (Neshimah).
Ruach - ou “Vento” é usado em fórmulas como Ruach HaKadosh (Espírito Santo). É um estado completamente embrionário.
Nefesh – É relativa à “Vida do Ser” a alma animal. Quando a bíblia em hebraico se refere à alma animal utiliza a palavra Nefesh.
Agora vamos ao níveis espirituais.
Shoresh ou “Raiz”
Adam ou Neshamah – Nível humano. Não confundir com o mundo de Adam Kadmon.
Malach – Nível Animal - (Lê-se Malar) Ou anjo – Relativo ao “corpo “, mas não físico
Levush – (Levush) “Manto ou vestidura” corresponde ao nível de “Vegetal”
Heichal (Lê-se Reirral) “Palácio” ou” inerte” corresponde ao nível de “Mineral”
Veja quando em Heichal, o ser ou nós, estamos em um nível em que está completamente “Inerte” e relacionado simplesmente com o físico , não tendo nenhum prazer com o mundo interior. Vive somente para desfrutar do mundo físico e sem se importar com coisas mais abstratas, não se importa com os semelhantes, vivendo somente para a recepção. Não é certo ou errado. É simplesmente o começo do caminho.
No nível de levush “Manto ou vestidura” o ser é como um vegetal, já desperta para acompanhar a luz como faz uma planta que cresce em dieção da luz ou mesmo um girassol que acompanha o sol. Este é o início da espiritualidade onde o ser começa a ter reações em seu despertar para a luz.
O nível de Malach (Ou Ajno). O ser começa a se movimentar, mas como um animal, mas com uma inteligência praticamente inexistente ou em seus níveis mais altos, uma inteligência bastante limitada.
Adam ou Neshamah – ou o nível onde já existe a consciência espiritual.
Shoresh o nível de raiz, onde consciência é coletiva e “Universal”. É o nível da Raiz de tudo.
Para ilustrar e nos adiantar um pouco, vamos comparar de uma maneira bem símples o segundo nível da alma ou Ruach. Ele corresponde ao Zeir Ampim (Pequena face) que corresponde ao nível emocional que na realidade é uma vestidura ou nível vegetal e desta forma as emoções reagem à luz. Este nível preenche o mundo de Yetzirah e assim por diante..
Quando todas as almas (De todos os seres) estão juntas, se dá o nome de "Knesset de Israel" ou Assembléia de Israel. Isso refere-se ao próprio Adam Kadmon, que por outro lado também é chamado de Maschiach, ou Messias. Isso na realidade é muito profundo. É um nível espiritual elevadíssimo e em absoluto não deve-se fazer imágem para isso.
Não fiquem pensando nestes princípios de forma objetiva. Deixem que estes conceitos sejam digeridos e inundem os vossos interiores, sem se importar com imágens. Isso é muito importante para que "Não adoremos ídolos" como ordenado no segundo mandamento"
Já estamos com os elementos para "Pintar a realidade".e no proximo ensaio faremos isso.
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