A psicologia da Torah - O Caminho dos Justos - Parte 2
Me desculpem a ausência, mas eu estava terminando de escrever e publicar o meu primeiro livro do gênero: "A Construção de Adão". O segundo será publicado em breve.
Por esses dias, estarei encaminhando na primeira página o endereço na Amazon para que possam vê-lo, caso estejam interessados.
O segundo livro publicarei dentro de um mês aproximadamente.
A Psicologia da Torah – O Caminho dos Justos.
Quando Já estivermos prontos, acima de nossas “Montanhas de Ódio” simbolizadas pelo Monte Sinai (Sinah em Hebraico significa ódio), estaremos aptos a receber a Torah ou as “Leis” que nos governarão pelo resto do caminho.
Jamais eliminaremos o mal que existe em nós. Somente estaremos acima dele e nesta condição teremos o “Livre arbítrio”, uma espécie de maior idade, ou Bar Mitzvah (Sujeito ou Filho do Mandamento) e passaremos a estar sujeitos a Torah.
Enquanto não emancipados, temos total sujeição às nossas condicionantes físicas, tais como a educação dada por nossos pais, nossos instintos, costumes da sociedade em que estamos imersos, nosso DNA, necessidades corpóreas e vícios adquiridos. É quase que impossível, lutarmos contra isso.
Quando já estamos em uma fase de treinamento bastante elevada e conseguimos alcançar o estágio do “Monte Sinai” poderemos Receber a Torah, ou seja, já sermos emancipados para seguirmos as Mitzvot (Preceitos) impostos por ela e assim, seguindo adiante, alcançarmos as fronteiras da “Terra Santa”.
O princípio básico é que somos formados por duas almas. Uma como sendo a alma bestial ou animal a נפש הבהמית (Nefesh HaBeHamit) que nos mantém vivos, mas também nos dá os nossos desejos corpóreos e mundanos. Ela em si, não é nem boa ou má. Simplesmente segue as necessidades do corpo de sustentação de vida, como comer, manter-se vivo e íntegro, busca também prazeres corpóreos. Ela evidentemente pode ser condicionada à busca de prazeres espirituais, como representado na própria bíblia Hebraica em Gênesis, onde é controlada por Yakov que nasce segurando o seu calcanhar. Também podemos ver que em toda a sua fase gestacional, no útero de sua Mãe Rivka (Rebeca), ele luta com seu irmão Esáv (Esáu – Onde o seu nome quer dizer peludo).
A alma animal é também uma representação da nossa inclinação para o mal, o Yetzer HaRah, (יצר הרע) que entrou em nós no momento em que foi comido o fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Transforma-se com o tempo em Nefesh HaChiyunit a alma de fornecimento de energia, cuja função principal é a de nos mantermos vivos, mas já está em um estado mais refinado, já sendo controlada a sua inclinação para o mal. Existe para a manutenção de vida com o objetivo do corpo alcançar os altos níveis proporcionados pelo estudo da Torah. O Zohar nos ensina que a a alma animal deseja ser vencida pela alma divina na parábola da Prostituta e do Príncipe.
A outra é a “Alma Divina”, ou Nefesh HaElokit (נפש האלקית) a fonte da inclinação para o bem ou Yetzer HaTov (יצר הטוב), possui Dez Sephirot e três vestes de santidade.
A luta da Vida é a luta entre A inclinação para o bem e a inclinação para o mal. Em determinado instante, quando atingimos o nível de “Bar Mitzvah”, passamos a seguir inteiramente a Torah e alcançamos a condição de construção do templo sagrado, ainda protótipo em nossos interiores. O Mishkan (O Tabernáculo do Deserto), onde o nosso CLI (Vaso ou Ferramenta) formado por todas as tribos de Israel, dispostas em formação para receber a luz que vem do alto para os nossos corações em nossos interiores.
O nosso Cohen (Sacerdote) acenderá no templo sagrado, as velas da menorah, até que cada uma queime por si mesma. Cada vela é uma alma humana:
"נר יהוה נשמה אדם"
“A vela de Deus é a alma do homem“ Mishley - Provérbios 20: 27
Nesta frase podemos ver que a designação para a alma humana é Neshamah proveniente de Neshimat (Sopro) e não Nefesh, pois aquela já trata da chama da vela.
A chama a ser acesa é a fé na alma de cada ser até que ela queime sozinha e se mantenha acesa para sempre, porém, a nossa vida é cheia de altos e baixos e novamente damos demonstrações de fraqueza quando chegamos a primeira vez na divisa com a Terra Santa e Mosheh (Moisés) envia 12 Batetores, sendo cada um príncipe de cada tribo.
Quando voltaram, relataram que as terras eram muito férteis, manava leite e mel. TRouxeram também os frutos da Terra que eram grandes, porém haviam muitos lugares de mortos, os homens eram grandes e haviam também grandes fortificações.
Naquela noite Israel chorou, pois seria impossível conquistar a terra prometida. Devido a isso, por sua dúvida, Deus os condenou a vagar pelo deserto durante quarenta anos e nenhum deles exceto Caleb e Iehoshua filho de Num, pois esses não duvidaram em nenhum momento que poderiam ser vencidos, pois Deus estaria do lado deles.
Essa é uma alusão à nossa falta de determinação na direção da espiritualidade, que nos faz ficar vagando pelo “Deserto”. Somente novos desdobramentos e o amadurecimento de nossas personalidades é que nos permitirão alcançar os estados mais elevados que nos prepararão para as novas batalhas pela frente. Assim teremos coragem suficiente que nos farão triunfar sobre as nossas imperfeições representadas pelos 6 povos Cananitas. Isso aconteceu no dia 9 do Mês de Av (Teisha Be Av).
Essa é sem sombra de dúvida a fase que nos faz perder a maior parte do tempo no caminho para a “Terra Santa”.
Essa fase do deserto, e das lutas em Canaã, como já mencionei em Ensaios anteriores, já ficou bastante evidente para os pesquisadores e arqueólogos que buscam no deserto, traços da peregrinação dos Israelitas, evidentemente aparenta que nunca ocorreu. Sendo que este relato é verdadeiramente uma alusão ao alcance de determinados níveis em nossas mentes.
As lutas nas Terras de Canaã, também parecem nunca terem acontecido
Pois, as cidades foram destruídas com intervalos muito grandes entre Jericho, Hazor e Ai, em alguns dos casos com intervalo de mais de 400 anos, o que impossibilita de terem ocorrido ao mesmo tempo, inclusive uma falta de sincronismo com a Estela de Merneptah que fala dos Israelitas.
Essas descobertas estão sendo feitas pelos próprios arqueólogos israelenses, sendo a esmagadora maioria Judeus, que teriam o maior interesse que as histórias bíblicas fossem fatos reais.
Vi muitos relatos de pesquisadores Israelenses que se manifestaram a respeito disso. Dizendo que a fé nada tem a ver com a ciência, mas isso de certa forma, é porque sabem que o que anima estas histórias bíblicas, são as parábolas e não fatos verdadeiros.
No meu caso acho que muito mais que histórias, as parábolas, postas nestes textos, elevam muito mais a Torah e todo o Tanach, pois puseram em forma escrita e em um simbolismo os relacionando a profundos significados, que trazem em seu âmago, assuntos verdadeiramente sagrados e que não podem ser alcançados por nossos pensamentos. Transformando estes textos sagrados em verdadeiras maravilhas. Tenho muito mais fé nisso, do que se essas histórias fossem fatos históricos.
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