A nossa jornada

29/10/2012 21:46

 

A luz vinda de sua fonte infinita, proveniente das alturas, descende nos mundos e através inumeráveis contrações, chega até nós, nos “campos” como escrito na “Tora”. Esta luz carrega em seu seio a sombra dos mundos superiores. A sombra do criador e de nossas almas infinitas, partes dele.

Está escrito na Tora na criação do homem:

" ויברא אלהים את האדם בצלמו בצלם אלהים ברא אתו זכר ונקבה ברא אתם "

E criou deus o homem a sua própria imagem. A imagem de Deus o Criou. Macho e fêmea os Criou”

A palavra צלם (Tzelem – Imagem), possui a mesma raiz de צל (Tzel- sombra). Vejam que ADAM é a sombra do criador, sendo também a sua imagem. Como já advertimos anteriormente essa imagem jamais poderá ser entendida como forma, pois estaríamos transgredindo o segundo mandamento, pois, mesmo que espiritualmente, jamais a Torah poderia estar falando do homem (ADAM) como de algo ou alguém individual, principalmente porque está sendo comparado na forma de “Sombra” ou imagem do Criador.

Esta “sombra” é algo que ainda não podemos entender, mas paulatinamente será gerado nas profundezas de nossos interiores o sentimento e as emoções que nos possibilitarão compreender, “sentindo” o seu verdadeiro significado. Para tal, é necessário refinarmos a nossa imaginação e sentimentos, elevando Zeir ampin, nossos sentimentos inferiores e superiores (nehy e hagat ) Ao nível de Chabad (Chochmah, Binah e Daat) ou seja, precisamos fundir os nossos sentimentos com a nossa mente intelectual , para que possamos sentir estas coisas. Com o tempo entenderemos melhor isso. Quando começarmos a subir a montanha sagrada de nossos pensamentos, pela primeira vez, ao fitar a sarça ardente, teremos que retirar as nossas sandálias, pois estaremos pisando em solo sagrado, começaremos a perceber o nosso criador nas profundezas de nossos interiores e estaremos ouvindo o seu mudo sussurrar distante. Este será o começo de nossa caminhada. Retirar as sandálias, representa a abstração completa do mundo corpóreo, pois estaremos, nesta ocasião ás portas da espiritualidade (No lugar sagrado).

A irmã de Moshe (Moisés - O nosso primeiro Mashiach) já o guiou na fase em que ele era bebê através dos juncos até que ele tivesse sido recolhido pela irmã do faraó. Ela é מרים "Miriam” que vem de מר (Triste, Amarga, Melancólica, depressiva, tormentosa ) e ים, (Mar), “Mar de tormento”, “Mar de Dor ”, mais tarde este nome foi escolhido para ser o da Mãe de Jesus que passou a ter a sua forma latinizada de “Maria”, mas que a sua vida como no novo testamento, não deixa de ter o seu sentido de “Mar de dor”. Dizem os rabinos, que como diz o seu nome a irmã de Moisés (Miriam), era sem atrativos, mas Calebe filho de Jefoné, um dos 12 príncipes das tribos de Israel que foi a Canaã, a mando de Moisés como batedor para espiar as terras e o povo. Conseguiu ver através dela e perceber a sua verdadeira beleza e luz interior e amando-a, se uniu a ela em Mitzvah, sendo que a partir dai, ela se revelou muito bonita e os dois foram muito felizes.

Míriam é a representação viva do caminho da dor, pois acompanhando moisés durante toda a sua vida, passou por grandes tormentos e devido à sua desobediência e ao Lashon Hará (Má língua), foi condenada à lepra (A lepra espiritual), disto falaremos em outra ocasião. O casamento e a visão de sua beleza interior por Calebe e adoção do caminho da dor, representa de certa forma a sua escolha pelos tortuosos caminhos à santidade através de sofrimentos. Este é sem sombra de dúvida um dos dois caminhos que leva à plenitude da alma.

Ao outro irmão de Moisés (Aarão - Elevado), Deus disse para “ficar de frente para a Menorah e acender cada uma de suas velas, até que tenham a capacidade de queimar por si mesmas”. A Arão é dada a missão de acender as velas do templo. É sua missão iluminar as mentes ou almas de nosso mundo. Aarão e uma parte de nós que devemos manifestar o verdadeiro sentido da palavra “Amor” em hebraico que é “Dar” ou “Outorgar” quando estivermos ,manifestando-o plenamente, estaremos manifestando realmente a nossa igualdade de atributos com o nosso Criador. Este é o atributo de iluminar a mente de outros seres que nos cercam.

A adoção do segundo elemento (Iehshua - Josué) foi pela liderança à batalha contra os 6 reis canãnitas (Zeir ampin – ou as seis midots de nossos corações). Essas são as propriedades que precisarão ser corrigidas, sendo necessário eliminar a nossa idolatria. Foi a mando de moisés e posteriormente de Deus à batalha e não deveria deixar um só elemento vivo. Foi acompanhado por todos os valentes das tribos de Israel e em batalhas ferrenhas, conquistou a Terra Santa, pondo cada tribo em seu “devido lugar”.

Lembre-se que Iehshua e Calebe, foram os dois príncipes de duas das doze tribos que acreditavam que poderiam vencer os Cananitas e se rasgaram todo de revolta e quase foram apedrejados pelos outros Israelitas, sendo que nesta noite, Israel chorou e por isso , Deus os condenou a perambular pelo deserto durante quarenta anos e os dois únicos homens que puderam pisar a “Terra Santa, foi Iehshua e Calebe, pois foram fieis à ele.:

Deuteronômio 1, 35 a 38

Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei dar a vossos pais.
Salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos; porquanto perseverou em seguir ao SENHOR.
Também o SENHOR se indignou contra mim por causa de vós, dizendo: Também tu lá não entrarás.
Josué, filho de Num, que está diante de ti, ele ali entrará; fortalece-o, porque ele a fará herdar a Israel”.

Oscilando por estas duas fases, seguimos em frente. hora com Calabe, Hora com Iehshua. Hora seguiremos pelo caminho da dor, Hora seguiremos pelo caminho da Luz e da luta,. Em alguns momentos retrocederemo, mas neste retrocesso, ganharemos força e aceleraremos para alcançar níveis mais altos em nossas montanhas. Em algum momento nos parecerá que tudo está perdido e jamais conseguiremos atingir níveis mais elevados, mas momentos depois, estaremos exultantes e felizes confiantes, em momentos inspiradores após sermos iluminados por pequenas luzes que nos chegam do alto em flashs momentâneos e temos certeza que estamos subindo e atingindo níveis mais elevados. Estes momentos são como descrito no nosso contato com o nível de חיה (Chaiá) da alma, onde neste momento pensamos captar algo que não podemos compreender, algo muito distante de nossa mente racional. Chaiá está próxima de nossa consciência, mas vemati ve lo mati , Toca e não toca a nossa mente. Isso nos faz lembrar de Chochmah, o nível de sabedoria, onde recebemos tudo como um relâmpago, uma iluminação em flash ocasional que é transferido para binah (A compreensão), mas mesmo sendo uma sensação profunda e viva, por instantes, se esfuma, desaparecendo depois qualquer vestígio de sua existência. É como água que se vai através de nossos dedos.

Essa é a nossa jornada e vejam que toda a bíblia é assim, altos e baixos, erros e acertos. Até nas fases em que seremos os reis de nossos reinos, onde teremos o total controle de nossa animalidade e materialidade, representada pela montaria no asno. Onde seremos justos e estaremos Salvos, mesmo assim na nossa fase de intermediários e guerreiros, como representado pelo Rei David ou sejamos sábios e justos, como representado pelo Rei Salomão e trouxermos forças e elementos dispersos em todo o reino e todo o Israel poderá construir o templo sagrado de nosso interior, nas profundezas de nosso ser, ainda assim existirão resquícios de fraqueza , pois os filisteus estarão presentes em nós, por viverem em nosso seio, por não terem sido exterminados totalmente, como está escrito no tanach (Bíblia Hebraica).

Para que ingressemos no entendimento de tudo isso acima , precisaremos estar preparados na nossa montanha sagrada e ao começar a perceber a sarça ardente, tirar as nossas sandálias....

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*Obs: Se quizerem traduzir os textos biblicos em hebraico para português, usem o Google tradutor. Não é perfeito, mas dá uma idéia do texto.

 

 

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