A Fé – Uma primeira abordagem

09/11/2013 14:57

    A Fé – Uma primeira abordagem

    Noé era um homem justo (TzadiK) seus filhos eram Shem, Cam e Jafé

לב. וַיְהִי נֹחַ בֶּן חֲמֵשׁ מֵאוֹת שָׁנָה וַיּוֹלֶד נֹחַ אֶת שֵׁם אֶת חָם וְאֶת יָפֶת:

E era Noé da idade de quinhentos anos, e gerou Noé, Sem, Cam e Jafet.”

    Shem שם o primeiro filho de Noé, seu nome é complicado, pois para se chegar a conclusão, temos que passar por várias palavras de mesma raiz e vamos tentar representá-la superficialmente por poucas palavras. Primeiro podemos passar pela palavra שם (Nome). Em segundo lugar, vamos usar a palavra שָּׁמַיִם (Shamain), de mesma raiz que quer dizer céu, a terceira שמן (Shemen) que quer dizer óleo. Podemos ver que a nossa palavra em português, sêmen e semente, vêm daí. Não que a palavra semente ou sêmen em hebraico tenham a mesma fonética que a do português. A palavra Chama também vem daí, pois principalmente a letra Shim ש representa o fogo e o seu som, o seu crepitar.

    A palavra שמש (Sol) também vem daí.

      A segunda letra da palavra Shem é a letra men sendo a representação da água, pois, por exemplo, מים (Agua) usa esta letra.

Vemos no Sepher Yetzirah e no Zohar que as letras fundamentais São Aleph, Men e Shin, representando o Ar, a Água e o Fogo.

    Vemos que na combinação de ש Shin com מ  Men, (Fogo e água), podemos intuir como "Água de fogo", ou seja um líquido  capaz de produzir fogo, ou azeite, sendo este o potencial de produzir a "chama da fé", sendo por isso que os reis devem ser ungidos.  A menção na Torah de que Deus falava a Arão para acender cada uma das velas da menorah até que elas queimassem por sí mesmas é nesse sentido, pois a finalidade dos sacerdotes era de acender a chama da fé no homem. 

    Sendo assim, o nome shem do qual deriva a palavra Semita ou filhos de Shem que representam os povos semitas, representam também o potencial da fé quando entramos mais profundamente no texto da Torah.

    No drama do Chanuka (Leia-se Ranucá - Inauguração), quando os Macabeus, devido aos excessos dos Selêucidas (Povo Grego, cujo comandante original, era Seleuco, um dos Diacodos, generais, que finalmente lutaram pelo reino Helênico, deixado por Alexandre o Grande) , expulsaram-nos, indo após a batalha, reconstruir o seu Templo Sagrado, e após, quando foram santificá-lo, não havia óleo, encontrando apenas, um pequeno vaso com óleo puro, pois todo o resto foi contaminado pelos gregos..

    Acenderam a Menorah que apesar de uma quantidade ínfima de óleo, queimou por 8 dias, e desta forma, acontecendo o milagre do Chanuká.

    Deve-se ressaltar que os Selêucidas tinham uma fantástica arma de guerra, com inclusive vários elefantes e o pequeno grupo de homens, liderados por Judas Macabeus (Macabeu – Martelo), conseguiram rechaçar aquele incrível exército.

    Este drama representa a vitória final da fé sobre a razão, representado pelo resultado da guerra dos Macabeus contra o poderoso império Grego e que os gregos haviam contaminado com as suas filosofias e conhecimentos, fruto da razão, a fé Semita. O que redundou,  foi a liberação final da fé com o simbolismo da santificação do templo, que se deu durante o milagre da queima do candelabro, que ardeu durante os oito dias. O milagre da Chanuká, o último milagre, antes da vitória final do povo Judeu sobre os seus inimigos, que ocorreu no episódio da rainha Esther, que é o episódio da última festa do ano Judaico, que é a festa de Purim no mês de Adar.

    Nesta ocasião a alma humana atinge o Gmar Tikun a Correção Final.

    Cam חם (Quente), o terceiro  filho de Noé. É o pai da Etiópia, Egito e Países negros.

    Mais internamente na Torah, representa as emoções humanas.

    Na superfície da Torah, Jafé é pai dos europeus, persas e indianos (Indo Europeus). Na realidade esta alusão refere-se principalmente aos gregos e a sua filosofia pois, יָפֶת vem de יפה (Iafá) que quer dizer “bonito”, aludindo a bela retórica da filosofia grega, mas que na realidade, careceria de fundamento geral, pois trata fundamentalmente de argumentação objetiva ou física, se esquecendo de estados mais profundos ou espirituais. É a representação bíblica da “Razão” ou da “lógica” da mente humana. Não que a argumentação grega (Abordagem da Razão) não revele verdades, mas para esta abordagem da Toráh, o racionalismo grego, leva ao materialismo, esquecendo-se das causas da espiritualidade.

    Isto alude ao fato de que nem sempre poderemos usar a lógica para abordar coisas mais complexas e podemos ver isso por exemplo na própria física, tanto na relativística, quanto na física quântica, que o raciocínio lógico, pode não levar a nada, pois estas abordagens de pura lógica, através de raciocínios dedutivos, indutivos ou mesmo silogísticos, podem carecer de outras lógicas de mais altos níveis, como por exemplo a matemática e talvez, mesmo assim incertos. Podemos ver que as lógicas da física quântica, não se encaixam com as da física relativística, mesmo sendo amplamente coerentes matematicamente em seus domínios particulares. Devido a isso Einstein buscava a teoria do campo unificado que agora começou a se chamar de “Física de Tudo”, onde esta física abordaria em uma só, todos os fenômenos relativísticos e quânticos que seriam explicados de forma totalmente coerentes. Isto esta exigindo a criação de uma matemática especial que está sendo construída agora para abordar esta pesquisa teórica. Já no caso da relatividade geral, Einstein foi obrigado a criar um ente matemático especial, o “tensor” o cálculo e a análise tensorial.

    Ficam agora, três propriedades de nossas mentes, os sentimentos, a razão e a fé. Desdobramentos do “Justo”.

    Vamos agora a outra palavra תיבה (Teivah- Arca) também dividindo o seu significado com “Palavra”, ou seja Palavra e Arca, tem a mesma grafia.

    O significado de "palavra" na Torah é na realidade o de “Expressão”, sendo que inclusive mais tarde quando houve a páscoa ou pehssar, podemos interpretar aqui como a conjunção de de duas palavras (Pê-Sar) que formam “Boca falante”, como abordado em outro ensaio e que na realidade representa “liberdade de expressão”, mas que em nível mais alto esta liberdade de expressão significa bem mais do que se pode supor e que abordaremos ainda aqui, um pouco mais tarde no texto.

    O significado aí de “expressão”, seria o de “diálogo universal”, ou seja da nossa capacidade de entrar em contato direto com as estruturas fundamentais das realidades que nos cercam, sendo assim a Arca (Ou também, palavra) seria algo que navegaria nas águas universais (Conhecimento - O mesmo que agua na Torah)) e conteria dentro de si o Tzadik (O Justo), a Razão, a emoção e a fé. Estariam embutidas nisso também, toda a nossa animalidade, mas tudo completamente retificado.

    As águas destruiriam todas as iniquidades dos homens e dos animais (Coisa que o conhecimento indiscutivelmente fará !).

    Vejam que as dimensões da Arca de 300 Côvados por 50 Côvados por 30 Côvados são as letras Shin, Nun e Lamed que discutiremos em outra ocasião mas que estamos descrevendo de forma prática agora.

    Pensem nisso como propriedades das nossas mentes físicas e além, não se limitando a pensar em um Deus em particular, pois a força benevolente que sustenta todos os universos, está muito longe de nós e jamais poderemos compreendê-la. O nosso criador próximo, seria a soma de nossas almas, o “knesset Israel” ou a assembleia de Israel, a Rosa ou Adam.

    A fé como em um verso de David que fala que "toda a minha mente (A razão) arde, o meu coração (Os sentimentos) se inflama e finalmente a minha boca fala “, sendo esta, a expressão da fé.

    Como bem disse Iehoshua (Jesus) “Se tivermos fé como um grão de mostarda, falaremos para um monte, ande dali para acolá e ele andará”. Estaremos usando o diálogo universal. A razão, a emoção e a fé, na palavra. O comando para todo o sistema.

    Como já disse anteriormente, a fé é propriedade da alma, não sendo em tempo nenhum propriedade deste ou daquele povo. É de um monge tibetano, uma Santa ou religiosa Cristã, um Judeu ou pessoa que ardentemente procura uma solução sincera para os seus males. Todos os homens que estão no caminho, tem procedimentos retos, são “justos”, segundo a Torah, estão nos “caminhos do senhor” e chegarão s “Face do senhor”, ou seja, pedirão e serão obedecidos. Isso significa que todas as pessoas que alcançarem o gmar tikun (Correção final), terão o comando da natureza, pois somos parte da mente fundamental de todas as realidades e se nos alinharmos a ela, poderemos fazer o que precisarmos. Podemos nos lembrar de homens como Buda , Jesus e outros como exemplos disso.

    Na verdade estaremos no plano original, onde todas as mentes e realidades, terão acesso mútuo e não haverá fronteira para nada. Este é o Pardes (De onde saiu a palavra Paradise do inglês) que quer dizer Pomar. Vejam que o santuário (O Sanctum Sanctorum, o Santuário dos Santuários ) do templo sagrado ou Beit HaMikdash, era todo decorado com romãs (Vajam na Bíblia) . Na realidade é lá o Pardes Rimonim ou o “Pomar de Romãs”. e na realidade simboliza o que existe no nosso interior e precisa ser descoberto.

    Não significa que precisaremos ir buscar outras filosofias para chegarmos a correção final, simplesmente precisamos estudar com afinco a Torah, através dos livros autênticos, pois nela poderemos encontrar tudo que necessitamos para atingir a meta final.    É um caminho longo, mas chegaremos lá. Temos que chegar !. É a nossa obrigação e algum dia teremos que trilhar este caminho.

   Dentro de nós funcionam todos os mecanismos que nos permitem curar a nós mesmos, células tronco e muitíssimos outros dispositivos especiais que nos manterão em situação saudável e inclusive, curarão os nossos males, mas precisaremos estar alinhados com os nossos objetivos fundamentais, para que estes dispositivos comecem a funcionar pelos mecanismos da fé. As nossas mentes e harmonia interior através de Torah e Mitzvot nos levarão ao lugar certo.

    Quando começarmos a estudoar com afinco e começar a sentir a alteração dos nossos estados anteriores, isso será visível em nós e até os nossos exames em geral, mudam. Isso não quer dizer que jamais teremos doenças e que nunca morreremos, mas que viveremos uma vida muito mas saudável e prazerosa. Na nossa mente está a solução de tudo no mundo.

Na linguagem de fábulas e de parábolas da Torah, podemos ler:

E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara.”
Shemot (Êxodo) 15:26

    Vocês podem compreender que isso é bem mais do que poéticas palavras da Torah, pois o que diz é simplesmente que temos enfermidades, por estarmos submetidos aos nossos egos, ou seja, não estamos em harmonia com as leis fundamentais da vida (Estamos no egito e escravizados ao Faraó).

 

    Gostaria agora de sugerir a todos vocês que indiquem o nosso site para que possamos levar este conhecimento para outras pessoas que estejam buscando por eles.

    As “ovelhas perdidas do reino de Israel”, não pertencem a um povo em particular, são pessoas que se interrogam pelas suas origens e objetivos. Estes são de acordo com a Torah, os verdadeiros Israelitas.

    Não sou o caminho, mas com o tempo, gostaria de encaminhar as pessoas para os mesmos caminhos que trilhei durante mais de 45 anos. Quanto mais, melhor.

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