A batalha de Jericho – Mais uma barreira que cai

15/03/2014 11:55

A batalha de Jericho – Mais uma barreira que cai

 

 

 

                           “ וְעָשׂוּ אֲרוֹן עֲצֵי שִׁטִּים אַמָּתַיִם וָחֵצִי אָרְכּוֹ וְאַמָּה וָחֵצִי רָחְבּוֹ וְאַמָּה וָחֵצִי קֹמָתוֹ: ”

 

 

 

 

 

 

    “Também farão uma arca de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois cóvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um cóvado e meio a sua altura.

 

וְצִפִּיתָ אֹתוֹ זָהָב טָהוֹר מִבַּיִת וּמִחוּץ תְּצַפֶּנּוּ וְעָשִׂיתָ עָלָיו זֵר זָהָב סָבִיב: ”

 

    E cobri-la-á de ouro puro; por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma coroa de ouro ao redor;” Shemot – Exodo cap 25: 10 e 11.

 

    Acácias – שִׁטִּים, ou Acácia שיטה, mas pode também ser traduzida como disciplina, ideologia, método, doutrina, mas principalmente a madeira de acácia é forte, densa , pesada, não apodrece e sua árvore geralmente é muito forte, dando um sentido de perenidade.

    O importante é se lembrar que estavam no deserto e não haveria a menor possibilidade de haver uma árvore de acácia nas redondezas e que evidentemente os autores da Torah, que demonstram pleno conhecimento da geografia da região, jamais poderiam ter mencionado isso sem completo conhecimento do que estavam falando.

      Em hebraico Amor - אהבה (Ahavá), tem em seu interior a palavra הב que significa “Dar”, aludindo que o amor é principalmente um atributo de doação de desprendimento, mas no seu significado mais preciso, representa o sentimento ou aquilo que se sente no momento que nós damos, na realidade a “felicidade de dar”. Já o ouro, por sua beleza, sua também perenidade, seu brilho, é usado com símbolo do amor, pois também carrega em seu nome - זהב (Zahav) a palavra הב "Dar”.

 

    Vejam que as táboas da “Lei” de pedra gravadas, foram encerradas dentro da arca significando que deveremos em nosso interior involucrar a lei com o amor profundo e puro (Por dentro e por fora), sendo a sua estrutura perene representada pela madeira da acácia, sendo este evidentemente, o lugar ou arcabouço ao qual o nosso Moisés interior entrará em contato com o nosso criador. Ela estará no mais sagrado lugar do מִּשְׁכָּן (Miskan - Tabernáculo), o nosso santuário provisório, enquanto estivermos no nosso “deserto” espiritual. Será levada pelos nossos levitas, partes de nosso interior, responsáveis pelas “Coisas do templo”. Precisamos refinar a nossa imaginação para perceber a profundidade dos simbolismos destas parábolas.

    Isso nos diz também que nossos atos e quando cumprirmos as nossas boas ações (Mitzvot) devemos fazê-la com amor profundo, representado pelo ouro puro e não por obrigação do cumprimento da lei. Devemos ser guiados por nossa bondade e isso deve ser também inicialmente a nossa disciplina e ideologia. Este simbolismo é muito rico.

 

Quando mais na frente no deserto, no episódio do Teisha beAv (Nono dia do mês de Av).

 

וַיִּשְׁלַח אֹתָם משֶׁה מִמִּדְבַּר פָּארָן עַל פִּי יְהֹוָה כֻּלָּם אֲנָשִׁים רָאשֵׁי בְנֵי יִשְׂרָאֵל הֵמָּה: ”

 

    E enviou-os Moisés do Deserto de Parã, Segundo a ordem do SENHOR; todos aqueles homens eram cabeças dos filhos de Israel.

 

וְאֵלֶּה שְׁמוֹתָם לְמַטֵּה רְאוּבֵן שַׁמּוּעַ בֶּן זַכּוּר: “

 

    E estes são os seus nomes: Da tribo de Rúben, Samua, filho de Zacur;

 

לְמַטֵּה שִׁמְעוֹן שָׁפָט בֶּן חוֹרִי: ”

 

    Da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori;

 

לְמַטֵּה יְהוּדָה כָּלֵב בֶּן יְפֻנֶּה: ”

 

    Da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné;

 

לְמַטֵּה יִשָּׂשכָר יִגְאָל בֶּן יוֹסֵף: “

 

    Da tribo de Issacar, Jigeal, filho de José;

 

לְמַטֵּה אֶפְרָיִם הוֹשֵׁעַ בִּן נוּן:

 

    Da tribo de Efraim, Oséias, filho de Num;

 

לְמַטֵּה בִנְיָמִן פַּלְטִי בֶּן רָפוּא: ”

 

    Da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu;

 

לְמַטֵּה זְבוּלֻן גַּדִּיאֵל בֶּן סוֹדִי:

 

    Da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sodi;

 

לְמַטֵּה יוֹסֵף לְמַטֵּה מְנַשֶּׁה גַּדִּי בֶּן סוּסִי:

 

    Da tribo de José, pela tribo de Manassés,Gadi filho de Susi;

 

לְמַטֵּה דָן עַמִּיאֵל בֶּן גְּמַלִּי:

 

    Da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali;

 

לְמַטֵּה אָשֵׁר סְתוּר בֶּן מִיכָאֵל: “

 

    Da tribo de Aser, Setur, filho de Micael;

 

לְמַטֵּה נַפְתָּלִי נַחְבִּי בֶּן וָפְסִי:

 

    Da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi;

 

לְמַטֵּה גָד גְּאוּאֵל בֶּן מָכִי:

 

    Da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui.

 

אֵלֶּה שְׁמוֹת הָאֲנָשִׁים אֲשֶׁר שָׁלַח משֶׁה לָתוּר אֶת הָאָרֶץ וַיִּקְרָא משֶׁה לְהוֹשֵׁעַ בִּן נוּן יְהוֹשֻׁעַ: ”

 

    “Estes são os nomes dos homens que Moisés enviou a espiar aquela terra; e a Oséias, filho de Num, Moisés chamou Josué.” Bamidbar – Números 13: de 3 a 16

 

    Note-se duas coisas muito importantes: as duas meia tribos de Efraim e Manassés que substituíram a tribo de José, pelo fato da benção de Yakov (Jacob) ou Israel, são mencionadas de forma diferente. Da tribo de Efraim não se menciona a progenitura de José. Diferentemente, a tribo de Manassés é mencionada como a tribo de José.

    Outro fato importante é que da tribo de Efraim vem Oséias, filho de Num (Hoshea nome anterior de Josué que equivale a Salvador), mas que Moisés muda para Yehoshua, que passa significar “Deus Salva”. Desta forma Moisés ao dar o nome a Josué, passa a ser seu pai e consequentemente, como seu descendente Josué passa para a tribo de Leví, característico de um líder espiritual como Moisés, passando desta forma a ser seu continuador, mas já com a conotação de um general e guerreiro.

        Note-se que os levitas não são contados nem vão para aguerra, segundo as ordens de Deus, mas neste caso Yehoshua vai para a guerra e como general.

    É importante se considerar que os povos cananitas são descendentes de CAM ou RAM que significa quente, aludindo às emoções. Na realidade os Josués de nosso interior são atributos que lutarão em batalhas com imperfeições de nossas emoções e desta forma, nos retificar interiormente. Estas batalhas são travadas em Canaã que vejam que são reis idólatras, sendo estas idolatrias sentimento de servidão e culto à materialidade e as imperfeições de nossas personalidades como o culto a si próprio, culto às riquezas, à fama e à outras ilusões impostas pelas realidades ao qual estamos imersos.

    Quando saímos da Torah e entramos em Nevaim (Profetas), no livro de Yehoshua (Josué), nesta transição, vemos que após a morte de Moshe (Moisés) Yehoshua, passa a ocupar o seu lugar, mas agora na função de líder que guiará os Israelita nas batalhas da conquista da Terra Prometida.

    Vemos logo no começo do livro de Josué, da mesma forma que no Mar Vermelho ou de Juncos, O Yarden (Jordão( se abre para a passagem dos israelitas, sendo que isso aconteceu também no mesmo dia, aludindo a uma nova  “Passagem” ou Pessach – Páscoa. Que foi e é neste caso mais um início de primavera da alma humana.

    “Porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes, que levam a arca do SENHOR, o Senhor de toda a terra, repousem nas águas do Jordão, se separarão as águas do Jordão, e as águas, que vêm de cima, pararão amontoadas.

    E aconteceu que, partindo o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levavam os sacerdotes a arca da aliança adiante do povo.

    E quando os que levavam a arca, chegaram ao Jordão, e os seus pés se molharam na beira das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da ceifa),

    Pararam-se as águas, que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade de Adão, que está ao lado de Zaretã; e as que desciam ao mar das campinas, que é o Mar Salgado, foram de todo separadas; então passou o povo em frente de Jericó.

    Porém os sacerdotes, que levavam a arca da aliança do SENHOR, pararam firmes, em seco, no meio do Jordão, e todo o Israel passou a seco, até que todo o povo acabou de passar o Jordão.” Yehoshua - Josué 3:13 a 17

    Este é um fato muito característico, pois esta é uma outra barreira espiritual, uma mudança de nível, onde começaremos a nossa batalha interior, onde iniciaremos a primeira batalha com os reis idólatras, neste caso particular da primeira batalha a de Jericho ou Yericho (Leia-se Yerirró).

    Nesta batalha, não entrarei nos pormenores neste momento , usa-se a arca, as trombetas e finalmente a voz , nos gritos de todos os guerreiros de Israel, para derrubar a muralha que nos permite vencer os idólatras. Ou seja a força das leis da Torá em nossos interiores involucradas pelo amor e firmeza do comprometimento a elas expressadas no retumbante grito dos guerreiros Israelitas, derruba a barreira representada pela muralha de Jericho e coloca o seu cerne (Povo) em nossas mãos. Assim conseguimos vencer a primeira barreira da idolatria e começaremos a sentir em nosso interior os primeiros sussurros distantes do alto, expressados por Jericho que significa  “Fragrância do Alto ou de Deus”.

    Estamos indo em direção ao alto e muitas batalhas travaremos até alcançar Jerusalém, apesar desta ser vizinha de Jericho  e construirmos o nosso templo sagrado no Monte Moryah, cairemos e nos levantaremos novamente, alcançaremos o nivel de fé no Chanucá e no final atingiremos o Gmar Tikun a retificação final da alma,  representada pelas festas destes dias do Purim, quando Mordechai e a rainha Esther (Livro de Esther)  vencem o malvado Haman e todos os inimigos de Israel, são destruídos. Restando somente o Nophet li,  a doçura para mim. Em Adar, o mês da tribo de Naftali no fim do ano Israelita.

Nesta situação, não saberemos mais distinguir entre a maldade e a bondade e neste estado, tudo é doçura e eterna felicidade.

 

                                               Feliz Purim !!!

 

O Purim começa hoje de noite dia 15 de março de 2014

 

 

 

 

 

 

Vejam que as